terça-feira, setembro 05, 2006

Momentos que ficam para a vida - (Pearl Jam, Pavilhão Atântico)


Neste caminho que percorremos até á nossa queda final, são muitos os sacrifícios que fazemos por algo ou alguém e muitos os problemas que enfrentamos, que nos deixam claramente extenuados. As forças que nestes combates se perdem podem-se recuperar de muitas e variadas formas. Aquela a que mais recorro (muita gente não percebe isto, mas tenho a certeza que pelo menos a maior parte de voçês sim) é á musica.

Numa sequência de acordes de determinado conjunto de instrumentos e voz, trabalhada de uma ou outra forma, podemos descobrir respostas a muitas perguntas, aprender a lidar com alguma situação, ou simplesmente renovarmos energias para mais um dia.

Mais intenso é quando presenciamos as nossas músicas, das nossas bandas, ao vivo! Sentir o ambiente em torno de nós, com pessoas que como nós sentem o que está á nossa frente da mesma maneira, e que fazem questão de o tornar claro cantando em coro as letras, batendo palmas, saltando, etc. E ainda mais intenso é quando sabemos que tamanha devoção é correspondida lá de cima, com uma actuação memorável e com os olhares e palavras de reconhecimento que saem da forma mais sincera.

Já presenciei situações como estas que escrevo várias vezes, mas creio que nunca da maneira como ontem vi no concerto de Pearl Jam no Pavilhão Atlântico. Acho que não sei se alguma vez conseguirei expressar tudo o que me ia na alma naquelas 2 horas e meia de hinos com que uma das bandas da minha vida presenteou os fãs.


Estas palavras que vêm do Cotonete permitem-vos perceber bem aquilo que se passou:

" Foram duas horas de um concerto empolgante, com direito a dois encores, que vai perdurar na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de o presenciar. O público lotou o recinto e ovacionou o grupo de Seattle do primeiro ao último minuto.


Num espectáculo de tamanha qualidade torna-se quase inglório tentar enunciar quais foram os pontos altos do mesmo, visto que a actuação valeu pelo todo e não apenas pelas partes.

Os Pearl Jam entraram em palco com a versão reprise do tema 'Life Wasted'. Logo de seguida, a descarga de energia impulsionada por 'Animal', 'Corduroy' e 'World Wide Suicide' iniciou o elo de ligação entre público e banda que se viria manter até ao final do concerto.
Na primeira comunicação com os fãs nacionais, Eddie Vedder agradeceu, e relembrou, em português esforçado, os espectáculos que a banda deu em Cascais em 1996 e, no Estádio do Restelo, em 2000.


'Even Flow' foi um dos momentos altos do concerto com o público a cantar em uníssono a letra e o refrão da música. Mas os fenomenais solos de bateria de Matt Cameron e de guitarra de Mike McCready conseguiram transportar o tema para uma dimensão onde apenas o talento verdadeiro pode ser a base da música levada a sério.

Em diversos instantes do concerto, era como se o público português e o grupo norte-americano se tornassem num só: bebiam energia um do outro e partilhavam-na de seguida sem restrições. Tanto podia ser para alertar para os perigos ambientais à escala mundial como para se fecharem sobre as dúvidas existenciais do ser humano.

'Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town', 'Jeremy' e 'Why Go', com o público a cantar em uníssono fecharam uma sequência de ouro para o primeiro encore da noite.
Nesta altura, a coesão da banda, o talento musical aperfeiçoado ao longo dos últimos 15 anos, o divertimento em palco, a música pela música, a partilha de ideias e emoções e o sentido crítico apurado foram apenas alguns aspectos que ficaram bem visíveis na actuação do colectivo de Seattle.


Eddie Vedder surpreendeu o público ao surgir no centro do Pavilhão Atlântico, no meio da assistência, num pequeno palco improvisado (como já havia acontecido no espectáculo dos Coldplay) para cantar 'Last Kiss'. Já de regresso ao palco principal, a interpretação de 'Black' foi um dos pontos mais altos do espectáculo, quer pela intensidade, quer pela identificação com público, quer pela profundidade da música que ecoou pelo Atlântico. O vocalista dos Pearl Jam finalizou-a da melhor forma com as palavras «We belong together, we belong together...». Para terminar esta sequência, 'Alive' foi o hino à vida cantado pelos fãs até onde as cordas vocais aguentaram.


Eddie Vedder observava deliciado o Pavilhão Atlântico de uma ponta à outra até que, deixando de lado a vertente politicamente correcta, surpreendeu com a frase da noite ao afirmar em português: «Vocês são do C..........!!!» A histeria foi total!!!

No final ficamos com a certeza que, mesmo passados quinze anos, os Pearl Jam continuam a ser músicos de corpo inteiro com muita alma e coração. "


São momentos como estes que nos marcam para sempre! Obrigado Eddie Vedder, Stone Gossard, Mike Mcready, Jeff Ament e Matt Cameron, assim como todos os que contribuiram para que tudo resultasse na note mágica de ontem



2 comentários:

Anónimo disse...

Sem dúvida uns dos momentos mais marcantes da minha vida.... Arrepiante....

*Buggie* disse...

Não há mais que se possa dizer...foram dias únicos, tanto o primeiro para ti, como o segundo para mim, e para quem me acompanhou :)
Arrepiante, e como tu disseste numa mensagem, "Assustadoramente Brutal"...

Agora é perguntar..
"Quando é que eles voltam?"